A
interdisciplina de Libras possibilitou
não só conhecimento da Língua Brasileira de sinais – Libras, mas também reflexões acerca de questões sobre a identidade surda e dos distintos modelos linguísticos e culturais . .
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Creio que podemos
pensar que a identidade surda se efetiva na diferença linguística e cultural
dos sujeitos surdos, sendo que este reconhecimento é o resultado das ações que
articularam dignidade e respeito, onde o contato com seus pares foi fundamental
para que tais ações se concretizassem.
Desta
maneira a criança surda começa construir/constituir uma identidade própria
aliada ao ambiente sociocultural onde vive, sendo assim há de se pensar na
identidade dos sujeitos surdos e as significações se efetivam por meio da língua de sinais .
“[..]
as diferenças surdas devem estar presentes na luta pelo direito de
autorrepresentarem [..] a língua de sinais , o olhar surdo, a luta e a
necessidade de comunidades são marcas surdas que enunciam uma diferença que
necessita de movimento e de espaço para acontecer[..]”
(LOPES e VEIGA-NETO, 2011, p.135)
A
cultura surda permite à criança a leitura de mundo, tornando mais acessível à
participação nos espaços escolares permitindo a convivência com alunos ouvintes
e ampliando as possibilidades de se estabelecerem como sujeitos surdos. “Para
as crianças surdas a literatura surda é um meio de referência e também uma
aproximação com a própria cultura e o aprendizado da sua primeira língua, que
facilitará na construção de sua identidade” (ROSA; KLEIN, 2012, p.189).
A Língua de Sinais é a língua materna da
criança surda. Seu processo de aprendizagem se efetiva por meio da imagem
aliada ao sinal na língua de sinais para fomentar o desenvolvimento do conhecimento
linguístico da criança surda.
“A
surdez é uma experiência visual [..]e isso significa que todos os mecanismos de
processamento de informação , e de todas as formas de compreender o universo em seu entorno , se constroem como
experiência visual .”SKLIAR,apud PONTIN e ROSA,
2014)
Neste
sentido deve-se considerar o processo de significação da linguística dos
sujeitos surdos pelo uso da língua de sinais no espaço educacional, tendo como
prerrogativa a constituição de sua identidade surda e da cultura que dela se
constitui e desta forma oportunizar o conhecimento e a construção/constituição
de aprendizagens e significados, bem como o desenvolvimento estratégias de pensamento ,acontecendo um
“empréstimo linguístico ” entre as línguas, para que a escrita na Língua
Portuguesa (segunda língua) siga a estrutura da Língua de Sinais, respeitando
portanto as particularidades das duas
línguas, bem como critérios que respeitem as
diferenças linguísticas e culturais .
Referências
LOPES, Maura Corcini.
VEIGA-NETO, Alfredo. Marcadores Culturais Surdos. In: VIEIRA-MACHADO, Lucyenne
Matos da Costa. LOPES, Maura Corcini (Orgs). Educação de Surdos: políticas,
língua de sinais, comunidade surda e cultura surda. Santa Cruz do Sul: EDUNISC,
2010. p.116-137.
PONTIN, Bianca Ribeiro. ROSA, Emiliana Faria .Surdos. In:
Apostila de Libras, UFRGS, 2014.
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