sábado, 23 de julho de 2016

O Som do silêncio





A interdisciplina Libras possibilitou o contato com artefato cultural: A encantadora música da língua de sinais , após sua visualização fiquei a pensar o som do silêncio e como para o sujeito surdo isto se concretiza no mundo ouvinte , bem como seu acesso a música . 
Segundo  Fischer ( 2013, p. 99) 
[..]recepção de artefatos culturais é participar  de uma investigação permanente sobre nós mesmos,nossa cultura,as relações de poder em nossa sociedade,os modos de constituir sujeitos e de interpelar indivíduos e grupos sociais.[..] 

Neste sentido faço uso da música e letra  de Simon e Garfunkel  que penso ser  pertinente aliando-se a educação como instrumento na conscientização de cada ser humano como articulador de avanços em sua própria vida e principalmente a multiplicidade de caminhos e de variedade de recursos, mas sempre pensando na educação  como meio , não como fim.



Sinalizando em Libras



A interdisciplina de Libras solicitou a criação* um monólogo usando as sinalizações aprendidas.                                                                                                                                               A produção deste monólogo para mim ouvinte se tornou um desafio, pois meu pensamento estava voltado para minha primeira língua o Português  e ao fazer a sinalização tinha que  expressar na língua de sinais Libras por meio do gestual –visual  .                                    
Imagino a criança surda  ao fazer tais “traduções” e todo este processo , desta forma penso  como uma alfabetização bilíngue  lhe permitiria se desenvolver e circundar  com autonomia por entre estes meios linguísticos.

*Nota: Agradeço a Profa. Juliana de Oliveira Pokorski por permitir a  realização desta Atividade de Recuperação da Interdisciplina de Libras através do uso de imagens  ao invés da produção de um vídeo , devido ao meu impendimento em razão de estar em  tratamento médico.






Direitos do Leitor
































sábado, 16 de julho de 2016

Poemas e o Brincar ....


As marcas que ficaram na aula presencial da interdisciplina Ludicidade, foram da memória de infância de um brincar diferente dos dias de hoje, pois cada geração recebe uma herança cultural, pois estamos inseridos no tempo, em que o presente adquire sentido pelo passado e pelo futuro desejado.
O brincar contemporâneo remete a conhecer as novas linguagens de interação e comunicação , bem como as  novas realidades sociais, onde a criança  tem acesso ha muitas novidades vistas nas diversas mídias abertas (  TV, celular,  redes sociais, etc.)
Neste contexto faço uso dos poemas de Carlos Urbim, em Saco de Brinquedos, pois elas me remetem o sabor de minha infância, onde muitos dos brinquedos eram feitos com ajuda e das lembranças de meus pais.





Identidade Surda


A interdisciplina de Libras  possibilitou não só conhecimento da Língua Brasileira de sinais – Libras, mas também  reflexões  acerca de questões sobre  a identidade surda e dos distintos modelos linguísticos e culturais .                                               .                                                                                                  
   AASI -Aparelho de Amplificação Sonora Individual / IC – Implante Coclear

 Creio que podemos pensar que a identidade surda se efetiva na diferença linguística e cultural dos sujeitos surdos, sendo que este reconhecimento é o resultado das ações que articularam dignidade e respeito, onde o contato com seus pares foi fundamental para que tais ações se concretizassem.  
 Desta maneira a criança surda começa construir/constituir uma identidade própria aliada ao ambiente sociocultural onde vive, sendo assim há de se pensar na identidade dos sujeitos surdos e as significações se efetivam  por meio da língua de sinais .
“[..] as diferenças surdas devem estar presentes na luta pelo direito de autorrepresentarem [..] a língua de sinais , o olhar surdo, a luta e a necessidade de comunidades são marcas surdas que enunciam uma diferença que necessita de movimento e de espaço para acontecer[..]”
 (LOPES e VEIGA-NETO, 2011, p.135)
A cultura surda permite à criança a leitura de mundo, tornando mais acessível à participação nos espaços escolares permitindo a convivência com alunos ouvintes e ampliando as possibilidades de se estabelecerem como sujeitos surdos. “Para as crianças surdas a literatura surda é um meio de referência e também uma aproximação com a própria cultura e o aprendizado da sua primeira língua, que facilitará na construção de sua identidade” (ROSA; KLEIN, 2012, p.189).
 A Língua de Sinais é a língua materna da criança surda. Seu processo de aprendizagem se efetiva por meio da imagem aliada ao sinal na língua de sinais para fomentar o desenvolvimento do conhecimento linguístico da criança surda. 
  “A surdez é uma experiência visual [..]e isso significa que todos os mecanismos de processamento de informação , e de todas as formas de compreender  o universo em seu entorno , se constroem como experiência visual .”SKLIAR,apud PONTIN e ROSA,  2014)

Neste sentido deve-se considerar o processo de significação da linguística dos sujeitos surdos pelo uso da língua de sinais no espaço educacional, tendo como prerrogativa a constituição de sua identidade surda e da cultura que dela se constitui e desta forma oportunizar o conhecimento e a construção/constituição de aprendizagens e significados, bem como o desenvolvimento  estratégias de pensamento ,acontecendo um “empréstimo linguístico ” entre as línguas, para que a escrita na Língua Portuguesa (segunda língua) siga a estrutura da Língua de Sinais, respeitando portanto as particularidades  das duas línguas, bem como critérios que respeitem as  diferenças linguísticas e culturais .
Referências
LOPES, Maura Corcini. VEIGA-NETO, Alfredo. Marcadores Culturais Surdos. In: VIEIRA-MACHADO, Lucyenne Matos da Costa. LOPES, Maura Corcini (Orgs). Educação de Surdos: políticas, língua de sinais, comunidade surda e cultura surda. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2010. p.116-137.

PONTIN, Bianca Ribeiro. ROSA, Emiliana Faria .Surdos. In: Apostila de Libras, UFRGS, 2014.

ROSA, Fabiano Souto; KLEIN, Madalena. Análise de professores surdos sobre elementos técnicos de sinalização na literatura surda em livros digitais. In: PERLIN, Gladis; STUMPF, Marianne. Um olhar sobre nós surdos: leituras contemporâneas / Gladis Perlin, Marianne Stumpf (organizadoras).1ª ed. – Curitiba, PR: CRV, 2012. p. 187-198

Brincar é importante ....

Brincar é importante, porque é brincando que a criança cria significado para seus saberes, de forma despretensiosa, pluralizando suas narrativas aprendizagem através da sua imaginação onde as representações são impregnadas de  sentidos e significados .
Acrescento a pesquisa Stuart Brown  que remete que “as crianças precisam brincar “ .Neste sentido articulam-se as identidades que se constroem /constituem por meio da ludicidade .

Diante do exposto penso que ludicidade permite muito mais que a ampliação das capacidades linguísticas e semânticas das crianças  uma vez que articula desafios cognitivos presentes quando eles criam os próprios registros e acionam o conhecimento que têm sobre de seu imaginário ao (com)partilhar situações e vivências carregadas de significações e sentidos pouco conhecidas adentrando ao novo mundo como o “do faz de conta...”,onde o uso do brinquedo simbólico   e a imaginação são inseparáveis e como esta estrutura narrativa  permite os diferentes registros plásticos ,bem como pluralização de conhecimentos e das relações interpessoais que dele se constituem.